Risco Cambial: o que é e como se proteger
O risco cambial, também conhecido como risco de câmbio, é uma preocupação constante para empresas e investidores que lidam com transações internacionais.
As flutuações nas taxas de câmbio entre as moedas estrangeiras e a moeda nacional podem acarretar perdas financeiras significativas.
Neste artigo, exploraremos como as empresas podem proteger suas empresas contra os desafios impostos pelo risco cambial.
Continue a leitura e confira:
Sommaire
O que é um risco cambial?
O risco cambial refere-se à possibilidade de perdas financeiras devido às flutuações nas taxas de câmbio entre diferentes moedas.
Para gestores financeiros, contabilistas e empresários, compreender e gerenciar esse tipo de risco, especialmente os que atuam com comércio exterior, pode proteger as previsões de orçamento e a margem de lucro.
Para compreender melhor, avance a leitura sobre os diferentes tipos de riscos cambiais. Também elaboramos exemplos para você se inspirar e colocar em prática a proteção cambial corporativa.
Tipos de riscos cambiais
Apesar de não haver uma regra oficial, diante dos acontecimentos do mercado, os tipos de risco cambial que as empresas podem enfrentar são:
- a) Risco de transação ou risco de mercado: refere-se ao risco associado às transações comerciais que envolvem moedas estrangeiras. Flutuações desfavoráveis nas taxas de câmbio podem levar a custos mais altos para importações ou redução do valor das receitas de exportações.
- b) Risco econômico ou do sistema: esse tipo de risco cambial está relacionado às mudanças nas condições econômicas dos países onde a empresa opera. Alterações na taxa de câmbio podem afetar a competitividade das empresas em relação a seus concorrentes estrangeiros, bem como impactar a demanda e os preços de seus produtos ou serviços.
- c) Risco contábil e de previsão: refere-se ao impacto das variações cambiais nos registros contábeis das empresas. A volatilidade cambial pode afetar o valor dos ativos e passivos denominados em moedas estrangeiras, o que pode gerar efeitos na demonstração de resultados e no balanço patrimonial.
Exemplos de empresas expostas aos riscos cambiais
Empresas que possuem operações internacionais, sejam elas importadoras ou exportadoras, estão naturalmente expostas aos riscos cambiais.
Por exemplo, uma empresa importadora de produtos dos Estados Unidos terá o risco de pagar mais caro pelos produtos caso o dólar se valorize em relação ao real.
Já uma companhia chinesa que exporta eletrônicos para a Europa terá o risco de receber menos pelas suas vendas se o euro se desvalorizar em relação ao yuan.
Há também a influência indireta da taxa de câmbio. Imagine que uma empresa utilize equipamentos de última geração, muitos dos quais são fabricados por empresas estrangeiras.
Com a desvalorização do real em relação às moedas estrangeiras, o custo de aquisição desses equipamentos importados aumenta consideravelmente. Essa situação afeta diretamente a rentabilidade da companhia, que não consegue repassar integralmente o aumento dos custos para os seus clientes.
Como resultado, as margens de lucro da empresa são reduzidas e a incerteza em relação às taxas de câmbio futuras torna o planejamento financeiro mais desafiador, afetando também a tomada de decisões estratégicas da empresa a médio e longo prazo.
5 formas para as empresas se protegerem da variação cambial
Para mitigar os riscos cambiais, as empresas podem adotar diversas estratégias, também conhecidas como tipos de hedge, tais como:
- Contratos a termo: utilizar contratos a termo para fixar a taxa de câmbio atual e garantir que as transações futuras sejam realizadas a essa taxa predefinida, protegendo-se assim contra flutuações desfavoráveis.
- Hedge com derivativos: O uso de instrumentos financeiros, como opções e swaps cambiais, permite que as empresas protejam as suas posições cambiais, estabelecendo limites para possíveis perdas.
- Diversificação de mercados: ao expandir suas operações para mercados diferentes, as empresas podem reduzir sua exposição a riscos específicos de um único país ou moeda.
- Negociação em moeda local: sempre que possível, realizar transações comerciais em moeda local pode evitar a exposição ao risco cambial.
- Análise e gestão de risco: realizar uma análise detalhada dos riscos cambiais a que a empresa está exposta e implementar uma estratégia sólida de gestão de riscos é fundamental para minimizar possíveis impactos negativos.
Para você saber mais sobre o mercado de câmbio brasileiro
No contexto brasileiro, o Conselho Monetário Nacional (CMN), composto pelo Ministro da Economia, Presidente do Banco Central e um membro do Ministério da Economia, desempenha um papel importante na formulação da política cambial, regulando as regras para compra e venda de moeda estrangeira.
O Banco Central do Brasil (BCB) executa as decisões do CMN e atua no mercado cambial, buscando influenciar a taxa de câmbio por meio de operações de compra e venda de dólares.
A taxa de câmbio, determinada pela oferta e demanda de moeda estrangeira, é influenciada por fatores como a taxa de juros, a balança comercial e os investimentos estrangeiros diretos.
Toda essa política cambial visa promover a estabilidade econômica e equilibrar as relações comerciais com o exterior, tendo a taxa de câmbio como um dos elementos-chave do contexto econômico brasileiro.
Risco cambial: 4 itens para gravar
Este texto pode ser o seu primeiro passo para não só dominar o que é a taxa de câmbio, mas ampliar o seu repertório sobre a competitividade das organizações nacionais no comércio internacional.
Para isso seguem os pontos principais do artigo:
- O Risco Cambial e suas implicações: as flutuações nas taxas de câmbio entre moedas estrangeiras e a moeda nacional são causas potenciais de perdas financeiras significativas.
- Tipos de Riscos Cambiais: Os diferentes tipos de riscos cambiais que as empresas podem enfrentar podem impactar negativamente as operações comerciais e seus resultados financeiros. Reconheça os principais: risco de mercado, risco de previsão e risco do sistema.
- Gerenciamento de risco e ferramentas de Hedge: as empresas podem adotar medidas de proteção contra as variações cambiais, visando minimizar os riscos. Essas estratégias incluem o uso de contratos a termo, hedge com derivativos, diversificação de mercados, negociação em moeda local e uma análise e gestão sólida de riscos.
- O contexto do Mercado de Câmbio Brasileiro: O Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central do Brasil (BCB) têm papéis centrais na formulação da política cambial brasileira. A taxa de juros, a balança comercial e os investimentos estrangeiros são algumas das divulgações oficiais que podem afetar a taxa de câmbio.
As movimentações em moeda estrangeira sempre são operações que, apesar de lucrativas, na grande maioria das vezes, necessitam de conhecimento e serviços especializados. Talvez você se interesse pelo nosso guia completo sobre pagamentos internacionais.
Acompanhar e reconhecer informações sobre o contexto do mercado de câmbio brasileiro pode auxiliar gestores financeiros a tomar decisões mais embasadas e seguras em um ambiente globalizado e volátil.
eula.lobo@syntax-finance.com
Eula Lôbo tem formação em jornalismo e é mestre em comunicação, educação e tecnologias. Tem experiência em redação de conteúdos para plataformas digitais e atua como estrategista da Syntax Finance no Brasil.
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